De Cashel fomos a Cahir, mais ao sul. Para variar um pouco, vimos um castelo e as ruínas de uma abadia do século XIII.
Cahir vem do celta cathair, que significa um tipo de forte de pedra. O nome completo da cidade é Cathair Dhún Iascaigh (forte de pedra do peixe).
Era parte dos domínios do reino Thomond, dos Ó Brien, no tempo da invasão anglo-normanda.
Grande parte do reino de Thomond foi dada pelo rei inglês John em 1185 a Theobald Walter, ancestral da família Butler, como vimos atrás.
O baronato de Cahir foi dado em 1192 a Philip de Worcester, que provavelmente se estabeleceu primeiro em Knockgraffon, 5 ½ quilômetros ao norte.
Em 1202, já rei, John ordenou a Philip que cedesse todas suas terras e castelos a William de Braose. Mas Philip parece ter sobrevivido à decadência do prestígio de Braose e em 1215 recebeu as terras de volta, talvez como parte do acordo que resultou na Carta Magna.
Philip mandou erguer o castelo de Cahir, que passou a seu herdeiro William. Basilia, bisneta de William de Worcester, se casou com Milo de Bermingham, capturado e executado em 1332 pelo magistrado Anthony Lucy, por conspirar para levar o conde de Desmond ao trono da Irlanda. Com essa penalidade, o castelo passou para a Coroa inglesa, que o teve até 1375. Daí foi dado a James, 3º conde de Ormond, casado com Elizabeth.
James, descendente de Theobold Walter, foi o chefe da família Butler. Com a morte de James, o castelo ficou com seu filho natural James (Seamus Gallda).
O Castelo de Cahir fica às margens do rio Suir (leia xôr, o mesmo que banha Clonmel e Waterford). No rio fizeram uma cascata em arco linda, antes de ele cruzar a ponte (também em arcos, como sempre). Perto do castelo fizeram um desvio, de forma que o rio circunda a fortaleza. Sua correnteza é forte, mas ele é raso.
O castelo é o melhor conservado da Irlanda. Lembra Caernafon em menores dimensões. Dentro, o salão mais bonito é o do banquete. Chifres de veado em uma das cabeceiras e brasões de armas nas paredes. Tudo sobre uma parede branca.
O castelo tem dois gramados internos quadrados. Entre eles fica o edifício onde moravam seus donos (o "keep").
Nas ruínas da abadia não pudemos entrar. O local está fechado por motivo de segurança, já que ela não está sendo conservada.
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