ícone carta
Contate-nos
ícone
Receba notícias
ícone lupa
Pesquise no site
adicionar aos Favoritos
Gostou? Adicione aos Favoritos!

CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Irlanda

Dublin

O barco que faz a travessia de Holy Head (País de Gales) para o porto de Dun Laogharie é um catamarã enorme e velocíssimo. Os rastros que faz na água sobem alto, como fumaça. Enquanto o Irish Ferry's leva 4 horas para atravessar o canal, o Stena Line gasta 1 ½ hora.

rotatóriaDescemos em Dun Laogharie (pron. dân líari) e fomos para Dublin (Baile Atha Cliath em irlandês). Logo na chegada o choque.

Todas, absolutamente todas as placas eram bilingues. E pelo nome de Dublin deu para perceber que frequentemente os nomes não guardariam qualquer semelhança.

A referência mais antiga ao local onde hoje é Dublin está num mapa do geógrafo grego Ptolomeu da Alexandria, de 140 d.C., com o nome de Eblana.

No século IX viquingues noruegueses estabeleceram-se numa colina sobre o estuário do rio Liffey, de águas negras, chamado pelos celtas da região de Dubh Linn (estuário de águas escuras).

O rio, que empresta seu nome a uma cerveja escura famosa nessas plagas, tem uns 50 metros de largura.

Desse porto os noruegueses saíam para atacar as costas oeste da Inglaterra e as do País de Gales. Internamente, os piratas viviam em contínua guerra com os irlandeses, até serem derrotados na batalha de Clontarf em 1014 pelas tropas de Brian Boru, ard-rí (sumo rei) da Irlanda.

rio Liffey

Derrotados, os noruegueses perderam o poder político, mas como já estavam bem estabelecidos, continuaram a viver na cidade e com o tempo se mesclaram às tribos vizinhas.

Há em Dublin, perto da Catedral de Christ Church, a Dublínia, uma recriação da vila viquingue (para crianças, parece). Também ali perto, na própria Winetavern St. uma pracinha e nela as fundações de um conjunto de casas dessa época. Uma reconstituição está pintada numa placa.

Há também, no cruzamento das ruas Pearse e Hawkins a Stein, um menir que marca o local de desembarque dos noruegueses.

Em 1038 Sitric Silkenbeard (Barba de Seda), o primeiro rei noruego-irlandês, mandou erigir a Christ Church dentro dos muros da cidade. Nela há criptas do século XII.

Alguns escandinavos se mudaram para Oxmanstown, do outro lado do rio Liffey, e em 1095 erigiram a igreja de St. Michan, de que falaremos adiante.
Outro edifício eclesiástico importante é a Abadia de St. Mary, fundada em 1139 e que à época da Reforma era a mais rica e poderosa da Irlanda.

Por fim, há também a Catedral de São Patrício, patrono da Irlanda.

A paz em Dublin foi novamente quebrada em 1171, quando os normandos de Strongbow (apelido de Richard de Clare, o Júnior), conde de Pembroke (no País de Gales) desembarcou para ajudar o rei de Leinster e acabou por se casar com uma filha dele e se tornar senhor de boa parte da atual República da Irlanda.

Nesse período foram construídos a igreja de St. Audoen (1171) e o Castelo de Dublin (1204), que se tornou proeminente nas lutas de poder entre ingleses e irlandeses nos 700 anos que se seguiram.

Os hotéis em geral só pegam a TV comercial, restrita a quatro canais, dos quais o BBC 2 é o mais interessante.

O centro da cidade é cortado pela O'Connell St., uma avenida larga, de duas pistas, cada qual com cinco faixas de rodagem. Por ela passam ônibus verdes de dois andares. É ladeada por prédios de quatro andares, creio que todos comerciais. Ela passa sobre o rio Liffey.      

av. O'Connell     Numa rua que sai da O'Connell (a North Earl St.) fica uma conhecida estátua de James Joyce, autor de "Ulysses" e morador da cidade.

Bem pertinho dessa ponte e também sobre o rio Liffey está uma ponte estreita para pedestres, a Wellington Bridge, também chamada de Ha'penny Bridge (que tem esse nome porque no passado se cobrava um penny de pedágio a quem quisesse usá-la).

A Custom House, que parece um comprido City Hall com torre verde, às margens do rio Liffey é uma das atrações turísticas da cidade. Algumas placas nas avenidas que acompanham o rio indicam lugares históricos locais.

A cidade tem praças grandes, no estilo da Praça da República em São Paulo. Uma delas é a St. Stephen's Green.

Segue para Dublin (parte 2) ...

Índice da Irlanda



Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva

® Site registrado na Biblioteca Nacional desde 2003. A reprodução de partes de artigo é permitida desde que informado o título dele, seu autor e o endereço da página web correspondente.