Dali visitamos Florença, a Firenze dos italianos. Tivemos má impressão dos atendentes das lojas. Fomos almoçar num local onde você escolhia cada item de seu prato e a moça colocava o item no prato, para depois pesá-lo e cobrar. Uma atendente corrigia a meia-voz a Mithiko, repetindo "vorrei" (gostaria de...) todas as vezes em que a Mithiko dizia "voglio" (quero) ao escolher as coisas. É verdade que é uma expressão que soa um pouco rude e pouco educada para eles. Mas de qualquer forma era um estrangeiro gentilmente se dirigindo a ela em italiano e não em outra língua. Aquilo foi me irritando até que disse meio agastado e acabei dizendo a ela que quem paga "voglia". E quando pedi, enfatizei o "voglio" em cada escolha.
Ainda em Florença, fomos tomar um sorvete e eu peguei o cone para ele colocar o sorvete. Pois não é que o fulano me disse para não mexer nos copinhos e que ele mesmo pegaria? Demos meia volta sobre os calcanhares e quando ele falou ironicamente "arrivederci", reecebeu em resposta apenas "un cazzo!".
Fomos de trem até a Piazza de Santa Maria della Novella. Entre a estação ferroviária e a igreja fica uma enorme praça, na qual se reúnem aos domingos estrangeiros, principalmente latino-americanos, para dois dedinhos de prosa.
Mas apesar disso, a cidade é belíssima. O rio Arno a corta ao meio. Às margens, apartamentos amarronzados de quatro ou cinco andares, Por sobre eles aparecem as torres de palácios e igrejas. O rio é largo, mas raso, de cor verde escura.
Pontes cruzam-no. Uma é particularmente bonita: a Ponte Vecchia, de pedestres e com lojas de artesanatos sobre ela.
Dessa ponte sai uma rua que leva a duas das mais bonitas praças da região: a da Repubblica e a della Signoria.
São espaços amplos cercados de palácios medievais excelentemente conservados.
A Piazza della Signoria tem uma fonte com um Netuno de bronze cercado de ninfas marinhas. O Palazzo Vecchio, uma construção enorme cúbica, foi a sede do governo local. Diante dele ficam enormes estátuas de mármore, entre as quais uma réplica da famosa estátua de Davi. Também em frente a Loggia dei Lanzi, abrigam-se estátuas romanas.
Dali sai a rua Pie D'Uffizi, uma área longa para pedestre, cujos edifícios laterais sustentam estátuas das principais figuras importantes da cidade.
Nessa rua fica a Galleria degli Uffizi, um dos mais importantes museus de arte da Itália, cujo acervo compreende obras de Michelangelo, Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael, Canaletto, Caravaggio, Giotto, enfim dos principais pintores italianos a partir do século XIV. As obras estão expostas nas salas, em ordem cronológica, desde a fase bizantina até o Alto Renascimento. Esculturas gregas e romanas encontram-se distribuídas nos corredores.
A cidade tem uma Catedral de belíssimo exterior. Diante da Catedral fica o Batistério, com portas de bronze em alto relevo. O portão leste feito por Lorenzo Ghiberti, encantou Michelangelo de tal modo que este o denominou de Portão do Paraíso. O portão contém dez painéis das cenas do Velho Testamento, esculpidos com o fundo em perspectiva.
A Catedral tem um interior um tanto simples e do alto de sua torre se descortina tanto a cidade quanto a zona rural.
Atrás dela fica o Museu das Obras da Catedral, que exibe peças que uma vez fizeram parte da decoração do templo.
Estivemos na Igreja de Ognissanti (Todos os Santos), onde está o jazigo dos Vespúcios, mas não pudemos visitá-la porque era hora de missa. Todavia, ali pudemos avaliar como seriam as vozes dos anjos. Era uma missa solene e uma freira cantava algumas partes da liturgia em canto chão com voz firme e suave, enquanto os celebrantes faziam o coro de fundo. As vozes eram lindas como nunca havíamos ouvido antes.
Segue para Pisa ...
Índice da Itália
Criado e administrado por Marco Polo T. Dutra P. Silva
® Site registrado na Biblioteca Nacional desde 2003. A reprodução de partes de artigo é permitida desde que informado o título dele, seu autor e o endereço da página web correspondente.