Montamos nossa base em Enna, no coração da ilha e sua cidade mais alta. Vista de baixo, parece uma águia pousada no ninho, nas alturas. Alguns de seus lados são paredões de pedra de centenas de metros de altura.
Visitamos Siracusa, onde viveu o físico e matemático Arquimedes, aquele que saiu correndo pelado pelas ruas gritando Eureka! (achei! achei!) quando descobriu em sua banheira que um corpo imerso desloca um peso de fluido igual à sua própria e aparente perda de peso, princípio este que recebeu o seu nome e que é aplicado aos cálculos de densidade e aos estudos de flutuação.
Primeiramente fomos à ilha de Ortigia. Ali estivemos no Templo de Júpiter (meio escondido na cidade e sem indicação).
Passamos pela praça de Duomo (que estava fechada) e fomos à Fonte Aretusa, que é segundo a lenda o local onde Aretusa emergiu do solo e foi transformada em fonte por Ártemis para fugir de Alfeu. Dela, cruzamos a ilha para ver o Templo de Dionísio (ou Apolo?).
Voltamos à ilha principal e fomos conhecer o Parque Arqueológico. Nesse parque está um pequeno anfiteatro romano, circundado por sarcófagos de mármore. Um funcionário explicou que os sarcófagos eram dos gladiadores mortos na arena. Mas não soube explicar como gladiadores pobres poderiam se fazer enterrar em sarcófagos iguais aos patrícios, os ricaços da época. Ficou claro para nós que os sepulcros não eram dos lutadores, mas trazidos de uma necrópole qualquer séculos depois e ali colocados para visitação. E um altar a Hieron foi erguido nas vizinhanças da arena.
Há também um teatro grego, cujas arquibancadas foram reconstruídas em madeira também branca, simulando a construção original. Ali se estava apresentando um festival de arte cênica grega.
Perto do teatro fica a Orelha de Dionísio, uma caverna curta, cuja entrada é alta e num formato elíptico. Dizem que dentro dela, o tirano ___ de Siracusa escutava os planos dos inimigos e antecipava-lhes os movimentos. Acredita-se que 7.000 atenienses ficaram presos aqui e deixados à morte em 413 a.C.
A necrópole de Grotticelle ou de Arquimedes é um grupamento disforme de pedras e só pode ser vista da rua por entre as grades. Seu nome deriva dos túmulos que parecem grutinha (grotticelle) e da hipótese de que lá se encontram os restos mortais de Arquimedes.
Ficamos admirados com o gigantesco (9.000 m2) e moderníssimo Museu Arqueológico Regional Paolo Orsi, dividido em três áreas, das quais só conseguimos ver a primeira. Ele guarda cerca de 18.000 objetos escavados na ilha. Inicia mostrando a geologia da ilha e como ela se formou de algumas ilhas menores, ampliadas pela atividade vulcânica.
Mostra também a fauna (elefantes, cervos canídeos e bovídeos) e um mundaréu de cerâmicas e ferramentas líticas ou metálicas, separadas pelas diversas culturas e, dentro de cada cultura, pelos sítios arqueológicos dos quais foram recuperadas.
A segunda seção é dedicada às colônias gregas sicilianas. A terceira guarda bens específicos da colônia de Siracusa.
Se tiver tempo, ao lado do museu estão as Catacumbas de San Giovanni e a Cripta de San Marziano.
Diante do museu fica a igreja Madonna delle Lacrime, uma igreja moderna em forma de cone emborcado, vista de toda a cidade e localizada em meio a um jardim muito bem cuidado.
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