Deixamos Gênova e sobre a faixa costeira fomos a Menton, na França, onde “nadei” no Mar Ligure. Ou melhor, molhei os pés nas águas geladas.
Junto à fronteira com a França, visitamos a caverna de Balzi-Rossi, onde foram encontrados objetos e esqueletos do Período Paleolítico, além do esboço de uma cabeça de cavalo desenhada nas paredes da caverna. O lugar é interessante, pois para chegar às covas se deve passar por uma passarela sobre os trilhos do trem. A visita ao museu foi rápida porque os funcionários queriam ver o jogo Itália contra a Coréia do Sul.
Mas consultando a Wikipedia, sabemos que o sítio é um complexo de quase duas dezenas de cavernas, entre as quais: a Grotta del Conte Costantini, a Grotta dei Fanciulli, a Grotta di Florestano (assim chamada na honra do Príncipe de Mônaco que, em 1846, financiou as primeiras escavações), o Riparo Mochi, a Grotta del Caviglione, a Barma Grande (Barma isto é, «caverna» em dialeto local) e a Grotta del Principe, a maior (35 × 18 × 22 m).
Nelas foram encontrados restos animais de diversas épocas, sepulturas humanas (ao todo uma vintena), variados objetos (entre eles, estatuetas como as Vênus de Balzi Rossi, adornos, utensílios em pedra) e mesmo uma gravura rupestre representando um cavalo. Ao menos sete dos esqueletos descobertos relacionam-se com a presença do Homem de Cro-Magnon, cuja versão local se chama Uomo di Grimaldi («Homem de Grimaldi»).
Nas sepulturas, os destaques são para a do Uomo di Mentone (um indivíduo de alta estatura, sepultado sobre o lado esquerdo com as mãos perto do rosto e as pernas dobradas) e de duas crianças deitadas sobre o dorso com as pernas dobradas (na Grotta dei Fanciulli). Há também uma sepultura tripla, constituída por três esqueletos descoberta em 1892 na Barma Grande; trata-se de um varão adulto e dois novos, de sexo sem identificar, dispostos em paralelo na mesma fossa e enterrados junto a um rico enxoval funerário. E a sepultura dupla, descoberta em 1901 pelo cônego Louis de Villeneuve na Grotta dei Fanciulli, formada por uma mulher anciã e um adolescente, dispostos na mesma fossa em posição apinhada. É a estes últimos indivíduos, em particular, que se deve a definição de negroidi di Grimaldi («negroides de Grimaldi»), devido à sua morfologia análoga ao tipo humano negroide moderno, como o nariz ou a pélvis alta e estreita. Media 159 metros de altura e 156 o novo. S. Sergi propõe (1967) que os Grimaldiani foram de origem africana, mas a opinião mais difundida é que a semelhança com os negroides não implicam uma ligação genética. H. Vallois nega mesmo a afinidade.
Junto às cavernas há um pequeno museu pré-histórico, fundado em 1898 por Sir Thomas Hanbury, ampliado e renovado em 1994; custódia vários dos esqueletos e dos objetos recuperados.
Estivemos na praia da bonita San Remo, palco do tradicional festival de música italiano. É decepcionante ver as praias locais minúsculas e privatizadas. Para um banho de sol é necessário alugar uma cadeira. A praia é dividida em lotes cercados, com acesso a uma pequena faixa de água, geralmente protegida por diques de pedra.
Dormimos em Loano. No dia seguinte, fomos conhecer a Caverna de Toirano, sobre a encosta de um morro. É uma visita guiada através da Caverna di Strega (caverna da Bruxa) com bonitas formações geológicas (estalactites e estalagmites). Nela há pegadas, mãos e joelhos de um homem da Idade da Pedra. Noutra câmara, uma grossa camada de lama petrificada plena de ossos de ursos, que ali hibernaram e morreram de velhice ou doença; A guia brincou que não acharam até agora ossos de turistas. E um dos visitantes perguntou sobre ossos de guias. Essa gruta serviu de abrigo durante a 2ª Guerra Mundial.
Na saída, há a igreja rupestre de Santa (Lucia?), encrustada numa caverna.
Tentamos, sem sucesso, ver as escavações na roceira Libiola, perto de Sestri Levante, sul da Ligúria.
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