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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - País de Gales

Nevern

Perto de Nevern tomamos uma estradinha de uma só pista (é isso mesmo, para um só carro de cada vez!). De quando em quando, pequenos acostamentos para permitir a passagem de carros que venham no sentido contrário. A estrada leva à câmara mortuária Pentre Ifan (tipo de monumento conhecido em galês por cromlech).

A câmara fica num morro cercado por outros morros maiores, pontilhados por milhares de ovelhas brancas e rica vegetação.

Do túmulo restou apenas a entrada, consistindo de duas pedras de mais ou menos 2 metros de altura encimada por outra apoiada sobre elas. Ele certamente era recoberto de terra na época em que estava em uso.

No vilarejo de Nevern (do galês nanhyfer, pron. nân-âver) visitamos a Cruz do Peregrino (gravada na pedra e que está em meio à mata, a uns 20 metros da estrada) e a igreja de St. Brynach (do século VI, hoje substituída por uma construção normanda do século XII).

São Brynach é um desses poucos conhecidos santos celtas. Contam que era irlandês e foi para Pembrokeshire com um régulo de Breconshire, cuja filha Cymorth ele havia desposado. Nevern foi a principal das várias igrejas que ele fundou. Ele morreu no ano de 570.

Ao lado da igreja, uma pedra do século V (a Pedra Maglocunus) traz as inscrições em latim (abaixo) e em ogham que significam (Monumento) de Maglocunus (forma latina de Maelgwn), filho de Clutorius.

A inscrição em ogham está em irlandês (ou goidélico, ramo das línguas celtas, então predominante em partes de Gales).

Maqui é o genitivo de Mac, ainda hoje existente no gaélico (ramo escocês das línguas celtas). O equivalente galês de Maqui é (m)ab ou ap, que aparece em vários nomes galeses.

Os padres muitas vezes deviam obrigações aos régulos locais, que normalmente davam pedaços de terras para o llan (área sagrada), geralmente perto da água. Na Vida de St. Brynach está registrado ter existido o régulo Clechre ou Clether, aparentado da esposa de Brynach.

Nesse mesmo livro se diz que uma doação adicional de terras para a igreja foi feita por Maelgwn Gwynedd, que morreu na Peste Amarela de 547. Era filho de Cadwallon Lawhir e não poderia ser o Maelgwn da pedra. No entanto, o nome Clether soa semelhante ao de Clutor.

Pertinho está uma cruz celta com inscrição em latim, prenhe de abreviaturas, a Grande Cruz, provavelmente do século X ou XI. Está muito desgastada pelo tempo e apenas com muito esforço se lê algumas palavras como Dominus e Aleluia. Ela tem 4 metros de altura. Outra pedra perto do pórtico leste (a Pedra Vitalianus) tem a inscrição em latim: e em ogham Vitaliano é o nome do homenageado. Emereto certamente significa emérito, embora a brochura na igreja traduza essa palavra erroneamente como "dispensado sem honra".

 
   

Vila celta de Castell Henllys

Perto de Nevern visitamos a aldeia celta de Castell Henllys, no alto de uma colina de cerca de 350 metros. São escavações que vêm pondo à mostra bases de um vilarejo da Idade do Ferro. Os especialistas completaram as bases das casas com postes de madeira sustentando telhados de palha ("thatch"), recriando visualmente uma aldeia galesa pré-romana.

São casas grandes, com fogueira no meio e fumaça saindo por entre as palhas, pela porta e pelas frestas das paredes. Dentro, carnes, armas e utensílios domésticos pendurados, camas rés ao chão. Muito interessante!

Seguindo viagem vêm as famosas montanhas Preseli, de onde saíam as pedras azuis, sagradas para os druídas. Entre os mais distantes monumentos erguidos com essas pedras estão os célebres menires de Stonehenge, na Inglaterra.

   

Passamos ao lado de Cardigan, uma cidade que parece ser muito agradável. Também cruzamos Aberystwyth, uma cidade linda, com as casas pintadinhas com cores suaves e de muito bom gosto. Entre o mar e a estrada algumas quadras de esportes num nível pouco abaixo que o da estrada.

Segue para Machynlleth ...

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