Depois fomos ver Avis, terra do Mestre de Avis, ordem militar-religiosa que se dediava a educar os filhos da alta nobreza. Ele era filho ilegítimo do antigo rei D. Pedro e de Teresa de Lourenço. Portugal entrou num período anárquico quando o rei D. Fernando I morreu sem herdeiros masculinos. Os nobres apoiavam a infanta D. Beatriz, enquanto o povo tinha preferência pelo Mestre de Avis.
Ali vimos o Convento de São Bento de Avis, pois o acesso ao centro do castelo nos afigurou muito difícil.
Em 1211, D Afonso fez doação em Coimbra de terras ao mestre D. Fernão Eanes, com a condição de que ali se fundasse vila e construísse castelo e mosteiro. Ali se estabeleceu a Milícia dos freires de Évora, logo renomeados Cavaleiros da Ordem de São Bento de Avis.
A Ordem em pouco tempo assumiu o papel de braço armado do rei e passou a exercer o poder sobre vilas vizinhas, tomadas aos mouros, tais como Benavila, Figueira, Galveias, Fronteira, Cabeço de Vide, Juromenha, Benavente, Alcanede, Évora, Arraiolos e mais umas 15 vilas. Até Albufeira, no Algarve, foi propriedade da Ordem. Acrescente-se que a Ordem também ajudou o rei D. Fernando III de Castela na tomada de Sevilha em 1248.
A Ordem instituiu comendas, atribuindo a cada comendador administrar e defender uma determinada propriedade, territorial ou não, da ordem. Tais comendadores se reuniam no convento uma vez por ano.
Na cidade de Avis há também a capela de N. Sra. de Entre Águas, onde se destaca uma lapide funerária do século I d.C., numa das paredes:
LOBESA LOVESI F.
ANN L. H S E S T T L
a saber, Lobesa, filha de Lobeso, que viveu 50 anos. Está sepultada aqui. Seja para ti a terra leve. Este nome Lobeso é de raiz prerromana, atestado na Península Ibérica, mas único no Conventus Pacensis.
Para quem gosta de pré-história, pode-se visitar também a Anta do Penedo da Moura, próxima a Avis, mas que não visitamos.
Segue para Marvão ...
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