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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Portugal

Évora

Assumimos nossa sede em Évora no dia 23. Na Ebora Liberalitas Iulia dos romanos. Diversos reis fixaram aí sua sede real.

De início, subimos à Praça de Giraldo. Ali está a igreja de Santo Antão, que não apresenta qualquer característica notável e distinta, a não ser um olhão no teto de uma das capelas ao lado do altar mor. Por ele entra luz natural para iluminar a capela.

A Catedral tem acesso oneroso. A visita começa pela torre, de onde se tem ampla vista da cidade. Nela travamos contato com duas moças de São Paulo, uma das quais fôra criada em Brasília. E também com duas argentinas de Buenos Aires. Ou seja, um micro Mercosul.

Em seguida desce-se ao claustro, uma área bem assemelhada aos demais claustros que já visitamos. Nele estão alguns sepulcros de bispos do século XX.

Só em seguida adentra-se à igreja propriamente dita. Uma placa diz que em 8 de setembro de 1584 chegou a Évora a primeira embaixada japonesa de cristãos à Europa, composta de quatro príncipes.

A igreja é ricamente decorada em mármores coloridos. Mas de modo geral confunde-se com as demais igrejas portuguesas. E nem é muito suntuosa para uma sede episcopal.

Termina-se a visita pelo museu. São pinturas, imagens, ostensórios, báculos de ouro com dezenas de pedras (preciosas, creio) incrustadas. É curioso que o báculo deveria representar o cajado do pastor.

Comentamos com a moça que toma conta do museu que para um cristão, a relíquia (normalmente um fragmento de osso) é o que há de mais importante na igreja. Entretanto, os relicários vinham descritos em detalhes, mas nem uma palavra sobre o santo relicado. Ou seja, o material se mostrava muito mais importante que o espiritual. Num museu de catedral!

Fomos à igreja de São Francisco visitar a mais famosa capela dos ossos de Portugal. Parede e pilares, teto completamente recobertos por tíbias, fêmures e crânios. Já na entrada uma advertência: "Os ossos aqui estão aguardando os vossos".

A explicação de tais capelas é a de convidar o visitante à reflexão sobre a brevidade da vida. As abóbodas são pintadas com motivos alegóricos à morte. Dizem que são mais de 5.000 ossos.

Visitamos depois a própria igreja de São Francisco e a capela de Jesus Crucificado.

Vimos as ruínas de um templo romano enquanto tomávamos uma cerveja na praça. Passou um grupo de cariocas e um deles, se achando o mais esclarecido, explicou aos demais que aquele era um palácio de César. Em seguida jantamos no Martinho da Arcada, um restaurante recomendado por um brasiliense que escreveu sobre suas viagens a Portugal. Lá fomos atendidos por uma garçonete, Vanessa, muito simpática e brincalhona. Pelo menos conosco, que falávamos português.

Ficamos conversando com um casal de australianos da mesa ao lado, enquanto a comida não vinha. Também eles são muito sorridentes e brincalhões, divertindo-se com suas agruras em Portugal. Ela disse que se recusou a dirigir aqui, pois eles usam a mão inglesa.

Dia 24 de maio, uma sexta-feira. Fomos ver como e onde funciona o Arquivo Distrital de Évora. Ali explorei um pouco as fontes de pesquisas. Depois, por recomendação da moça que nos atendeu no Arquivo, fomos visitar a Biblioteca da cidade. Recebeu-nos um senhor de modos solenes, linguagem e gestos professorais e que volta e meia perdia o foco da conversa, tanto que divagava. Ele próprio reconheceu essa sua peculiaridade. Mas muito simpático e solícito.

Encontrei referência a um documento sobre Campos e o pedi. Mithiko foi ver a igreja de São João Evangelista, junto ao Convento dos Lóios, enquanto eu pesquisava. Conta ela que o altar mor é bonito e as paredes laterais são revestidas de azulejos com motivos religiosos.

Na Biblioteca, logo depois de mim entrou um carioca que estuda em Paris sobre as relações diplomáticas brasileiras e que por isso sempre vai a Évora pesquisar.

Andamos um bocado para ir ao supermercado Continental, comprar algumas coisinhas para a ceia.

Na última tarde, fomos conhecer o fenomenal aqueduto de Évora, uma peça que tínhamos desprezado, pois na tarde anterior entramos por uma rua modesta próxima ao largo Luís de Camões e fomos ver onde ele começava. Pareceu-nos um dutinho de nada. Mas vendo-o na Porta da Lagoa percebe-se o quão grande é. Ele segue para o forte de Santo Antônio e dali acompanha a estrada para Arraiolos.

Voltamos para o hotel passando pelo antes desprezado início do aqueduto e cruzando a urbe velha.

Segue para Almendres ...

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