Sexta feira, dia 17 de maio. Fomos conhecer Faro, às margens da ria Formosa. Chuviscava e um vento frio açoitava a cidade. É a antiga Ossonoba dos cônios e aculturada pelos fenícios comerciantes que por lá estiveram. Mais tarde ela (ou algum de seus distritos) foi chamado de Santa Maria de Hárune, de onde dizem teria vindo o termo Faro. Já outras versões ligam o nome a um farol romano que ali teria existido.
Primeiramente fomos buscar o Arquivo Distrital, seguindo indicações precisas da agente do escritório de turismo. Ela sabia qual via era mão e qual era contramão.
Pesquisei algo sobre meus ancestrais Gomes Camponeses, mas nada encontrei.
Dali fomos a uma das mais formosas igrejas de Portugal, a de N. Sra. do Carmo, de 1713-1719. Ela não é excepcionalmente grandiosa, mas suas capelas laterais e o altar mor são profundos e guardam enormes baldaquinos dourados afastados das paredes, dando uma noção ímpar de tridimensionalidade. Os tais monumentos são prenhes de imagens gravadas neles. Teriam uma base de cerca de 1,5 x 1,5 m2 e uma baldaquino cobrindo uma imagem de cerca de 80 cm, tudo em ouro.
No lado de fora encontra-se a Capela dos Ossos, uma capela de cerca de 20 x 10 m2, com a entrada e as paredes revestidas de ossos e fragmentos de ossos dos frades. Entre os ossos, crânios alinhados e separados por um metro ou metro e meio quebram a monotonia do tapete de ossos.
Esse padrão de igreja com imagens douradas no centro das capelas e altares e com capelas de ossos também é encontrado em diversos outros lugares, como veremos.
Ainda em Faro, fomos ver a igreja de São Pedro, mas já estava fechada.
Voltamos ao centro velho e rodeando as muralhas ao longo da ria Formosa, entramos na fortaleza. Seguindo os muros da parte da ria, os longos brancos edifícios do seminário e do paço episcopal. Em seguida, o prédio da prefeitura.
Fomos visitar a Sé. Faro havia sido bispado do século III até o período visigótico, depois perdeu a sede episcopal para Silva e a recuperou de novo em 1577.
Por fora, ela é simples, em formato de torre de forte, mas o interior é também riquíssimo. Algumas capelas são revestidas de azulejos, outras com este estilo já dito de imagens sob grandes baldaquinos no centro. Talha, estuque, espelhos, mármores e pinturas decoravam outras capelas.
Uma escada leva ao Tesouro da catedral (paramentos em fios de pratas, cálices e patenas, imagens sacras, missais medievais com ricas iluminaturas).
Pode-se também ascender à torre e dali ver a cidade, a ria e o parque natural nela estabelecido.
Ao lado da catedral uma pequena capela de ossos, em tudo semelhante à do Carmo.
A igreja da Misericórdia, onde se casaram meus sétimos avós estava fechada também.
Fomos conhecer o Museu Arqueológico Infante Dom Henrique, mas decidimos não entrar porque ele é basicamente curador de peças romanas, árabes e modernas. Nada muito diferente do que já víramos. O prédio do museu já foi o Convento de N. Sra. da Assunção.
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