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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Portugal

Mértola

Mas, quando chegamos a Mértola ... Não deu para ir embora sem visitar. Recomendo a todos que passem pelo Alentejo que visitem a cidade.

Passa-se por uma ponte em que só cabe um carro para entrar na cidade. Portanto, olho vivo no sentido oposto.

Diz a Wikipédia:

Ocupada desde tempos pré-históricos, esta região constitui-se em importante entreposto comercial freqüentado por fenícios e cartagineses, graças à existência de vias fluvial e terrestre ligando-a ao sul da península. Diante da invasão romana da Península Ibérica, manteve-se essa importância comercial. A primeira referência histórica a esta povoação encontra-se na Crônica dos Suevos, do bispo Idácio, narrando um episódio datado de 440, de cuja leitura se pode inferir a existência de uma fortificação no local, então denominada Myrtilis Julia.

Ocupada sucessivamente por suevos e visigodos, a partir do século VIII conheceu a dominação muçulmana, responsável pela remodelação das defesas deste próspero povoado. As referências a esta nova estrutura defensiva surgem no final do século IX, sendo certo que entre 930 e 1031, o castelo foi consolidado, tornado-se um dos mais sólidos da região. Com a queda do califado de Córdoba (1031), Mértola tornou-se um reino independente - a ta'ifa de Mértola -, rapidamente retomado por Al-Mutamid, da ta'ifa de Sevilha. Um século mais tarde, entre 1144 e 1151, tornou-se novamente independente (segunda ta'ifa de Mértola), sendo provável terem sido erguidas nova obras defensivas durante o governo de Ibn Qasi (1144-1151). É certo que, em 1171, já sob o domínio dos Almóadas, a fortificação foi ampliada com uma torre e, em 1184, com o torreão integrante do portão de entrada.

À época da Reconquista cristão da Península Ibérica, as forças de D. Sancho II (1223-1248) investem para o sul, acompanhando ambas as margens do rio Guadiana, vindo a conquistar Mértola (na margem direita) e Ayamonte (na esquerda) (1238). A primeira foi doada à Ordem de Santiago, na pessoa de seu grão-mestre, D. Paio Peres Correia (1239). A Ordem, que já tinha sob sua responsabilidade a defesa de outras praças ao sul do país (Alcácer do Sal, Aljustrel, e outras), fez de Mértola a sua sede (capítulo) em Portugal, posteriormente transferida para o castelo de Palmela. Em 1254 a povoação recebeu carta de foral, alçada à condição de vila. Data deste período a construção da torre de menagem, cujas obras foram concluídas em 1292 sob a direção do mestre João Fernandes. Esta torre, bem como a alcáçova, foram a residência do alcaide-mor até ao século XVI, época em que a estrutura foi progressivamente abandonada.

Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), reedificou-se a primitiva defesa, iniciando-se a muralha da vila, obras continuadas pelos seus sucessores, D. Afonso IV (1325-1357), D. Pedro I (1357-1367) e D. Fernando (1367-1383).

Ela fica espremida entre os rios Guadiana e Oeiras. O castelo fica bem no alto, mas sua muralhas são bem compridas e chegam até perto do rio Oeiras.

O castelo estava fechado, mas podia-se chegar a cotas bem altas. Um senhor nos chamou para passar-nos dicas de como visitar a cidade. É muito bonita, com casas brancas, algumas com motivos árabes.

O rio Guadiana é bem lá embaixo, mas numa enchente em 1876, suas águas subiram o morro e entraram no forte, cerca de 25 metros acima do nível usual do rio. Em dezembro de 1907, o Mertolense, semanário progressista recorda ainda esta cheia:

O tempo estava bom, não obstante nos dias anteriores ter chovido alguma coisa, mas pouco. (...). Pelas 8 horas da noite o rio chegava apenas ao quartel que os soldados da guarda fiscal teem edificado ao pé do porto de desembarque (...) d’ahi a poucas horas havia galgado a grande muralha que cerca a villa, fazendo da rua D. Pedro V um canal e da praça Luiz de Camões um lago! Na margem esquerda as casas cahiam pelos alicerces, e, ás vezes ― suprema força da natureza ― as paredes arrancadas inteiras redemoinhavam e afastavam-se boiando na corrente como se fossem simples bocados de cortiça (...). Horrível, tenebrosa, inolvidável noite.[1

Do dia 16 a 19 tinha ocorrido o Festival Islâmico e a cidade ainda tinha os restos da festa, principalmente algumas ruas cobertas à maneira de tenda árabe.

Visitamos a igreja de N. Sra. da Anunciação de Entre as Vinhas, que antes havia sido mesquita, como ainda se vê em seu interior.

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