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CADERNOS DE VIAGEM

EUROPA - Portugal

Penafiel

Dia 13 de junho, uma quinta-feira, deixamos o Porto rumo a Penafiel, uma região rica em megalitos.

A cidade é pequena, mas alongada sobre uma colina e em torno do eixo viário rua Tenente Valim, que depois muda de nome para rua Saudade, até bifurcar-se nas ruas Engenheiro Matos e Sacadura Cabral.

O Centro de Turismo fica na av. Tenente Valim, mas não há ali uma área para estacionar e visitar o centro. Parei sobre uma calçada rebaixada, bem atrás de outro carro. Cerca de 5 minutos depois, vem o guarda municipal:

— "Bom dia!" e ficou me olhando. Respondi ao cumprimento e calei-me.

— "O que o senhor pretende?", insistiu ele.

— "Ver os monumentos megalíticos do concelho".

Ele então olhou para o Centro e viu a Mithiko.

— "É sua esposa?"

Respondi que sim. Ele disse o óbvio: que eu estava sobre a calçada. E informou que mais para trás havia um estacionamento. Depois pensou uns segundos e completou:

— "É ... mas é pago. Então, tudo bem, mas não se demore".

Agradeci. Depois soube que a moça do centro de turismo estava preocupada por eu levar u'a multa,

Estivemos no Castro do Monte Mozinho, ou de Santo Estevão de Oldrões, que se divide entre as freguesias de Galegos e Oldrões. Como de praxe, fica num lugar alto.

Os estudos arqueológicos apontam para uma ocupação pelos brácaros na época do imperador Augusto, quando recebeu muralhas para delimitar o perímetro habitado. Ali foram construídas casas-pátios, estes de base quadrada, aquelas de base circular, típicas da Cultura Castreja. As ruas calcetadas se cruzam de modo planejado. Mais tarde, também em volta da muralha houve ocupação residencial.

Já nas décadas de 40 a 60 d.C., começaram a aparecer construções de edifícios e feitura de utensílios à moda romana, indicando aceleramento da romanização dos indígenas. E o local vai perdendo suas feições castrejas, monumentalizando-se.

Os restos de edificações mais afastados do castro são de época romana: uma necrópole e restos de muralha. À medida em que se sobe o morro, passa-se pela Casa das Moedas (assim chamado por terem lá sido encontradas moedas romanas) e por um resto de poço com acequia que levava a água morro abaixo.

Pouco a pouco, o castro perde população para as vilas (uillae) e sitiocas (agri) do vale.

Mais em cima, no topo do sítio, surge uma grande praça circular, com muretas de cerca de 1,5 metros de altura, onde provavelmente era o local das cerimônias sacras e reuniões dos líderes do povoado. Em volta, as fundações das casas circulares tipicamente castrejas e algumas de planta quadrada ou retangular, decerto dependências de serviços, com pórticos.

Ao lado do principal eixo viário, ergue-se um monumento em típico estilo romano.

Nela foi achada a Ara de Marecos, agora no Museu Municipal, onde as comunidades danigi das terras baixas ofereceram em 147 d.C. sacrifício a um particular panteão de deuses indígenas e romanos.

O castro se reanimou no século III, com novas construções na parte mais baixas, mas abandonado a acrópole. Para mais informações, veja a "Monte Mozinho, Sítio Arqueológico", de Teresa Soeiro, de onde tiramos algumas das notas acima.

Voltando à recepção do centro, a moça que tomava conta dele separou uma série de publicações para mim e, como não achou os preços delas, mas deu como brochuras de divulgação.

Dali fomos a outra freguesia, a de Santa Marta, na estrada de Penafiel a Amarante, conhecer um dólmen nela existente. Ele está numa rotatória na av. Ponte, de onde sai a estrada para Portela do Monte. Nesta rotunda há uma cruz de pedra e o dólmen fica bem destacado, à esquerda. Tem cerca de 3 metros de altura e não está protegido nem musealizado.

Há em Penafiel outros sítios arqueológicos que devemos visitar em uma próxima viagem.

Segue para Amarante ...

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