De Ourém rumamos para Tomar, cujo Convento de Cristo está inscrito como patrimônio cultural da Humanidade. Chegamos lá já tarde, mas ainda assim foi possível visitá-lo. Foi construído como castelo dos Templários, ordem militar-religiosa em verdade chamada de Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo, e nele instalado o Convento. Do castelo já não restam mais que ruínas.
O convento tem as portas decoradas com nós e figuras de folhas, esculpidos na pedra.
No interior do convento, o altar mor estava sob um salão conhecido como Charola. Trata-se de um baldaquino do século XII, de forma circular e muito alto e decorado com imagens, talhas douradas e gravuras nas pedras, situado em meio a um salão também arredondado do altar.
Nas laterais da Charola há túmulos de cavaleiros dessa Ordem, entre eles D. Lopo Dias de Sousa, cavaleiro da Ordem de Cristo, falecido em 1431. No Mosteiro de Santa Maria da Vitória, em Batalha, há uma placa também indicando a sepultura dele naquela igreja, embora a inscrição do túmulo diga claramente que o defunto ali enterrado era DIDICVS DIAS DE SOUSA (ou seja, Diogo Dias de Sousa).
No século XVI, o conjunto recebeu uma nova igreja em estilo tardo-gótico, que incorporou a primitiva rotunda templária.
Em 1529, no reinado de D. João III, a Ordem de Cristo foi reformada, passando a congregação de clausura, segundo as regras de São Bento. E então construídas várias dependências em torno de seus claustros.
O convento tem diversos claustros, para diferentes finalidades: o Claustro do Cemitério foi construído no século XV para procissões e enterramento de frades cavaleiros ou de clausura. O da Lavagem, de 1426, servia para que os donatos (serviçais sem ordem religiosa) executassem os trabalhos domésticos, inclusive lavagem dos hábitos dos monges nos tanques. O da Hospedaria, construído em 1541-1542 para albergar hóspedes e peregrinos, no qual o andar superior era reservado para gente de maior nobreza e o térreo para a criadagem e cavalariças. E mais os Claustros Principal, o de Santa Bárbara (criado em 1531, o dos Corvos (ereto em 1537-1546 para recolhimento e orações e o das Michas (para doar pedaços de pães, chamados michas, aos pobres).
Estreitas escadas em curva nas bordas dos pórticos dos claustros levam a pisos superiores. Um deles leva ao teto do edifício e ali se pode ver bem de pertinho a porta manuelina do edifício. Nessa ocasião, a Mithiko tinha ido ver alguns salões e eu fui explorar outros. Quando desci, a Mithiko já se sentia abandonada. Tão boboca!
No edifício dois salões são muito longos: o refeitório e o dormitório dos monges.
Na ocasião de nossa visita havia um grupo grande de franceses excursionando pelo convento. junto a eles um casal, que depois puxei conversa e descobri que eram milaneses. Eles tinham uma garotinha serelepe que dançava e falava consigo mesma. E eu filmando. Até que ela me viu a filmar e correu para trás da mãe, envergonhada. Vez por outra dava uma espiadela para ver se já podia sair de lá. Depois, quando conversei em italiano com os pais e com ela, a garota relaxou.
Dali fomos ver o enorme e extenso aqueduto dos Pegões. É muito alto e bem conservado. Chuviscava.
Segue para Alcobaça ...
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